2 outubro
Arte e design: fronteiras evanescentes
Assim como os pares do Campo da Arte, os pares do Campo do Design advogam para o entendimento de suas atividades, o fato de ele ser presidido pela noção de criatividade, daí inclusive o seu eventual parentesco com a arte e a grande discussão entre os pares dos dois campos sobre qual deles seria mais criativo. Tenho defendido que é preciso definir com mais rigor as fronteiras entre arte e design. A ausência desse rigor teórico engendra a evanescência, isto é, a desinstitucionalização, desvalorização e desintegração de um campo, noção que tomamos emprestada de Pierre Bourdieu. Tenho rechaçado o ponto de vista da existência de fronteiras flexíveis entre os dois campos e a contraponho ao modo claro e distinto, tradicional no campo da filosofia. Para isso tenho definido a arte e o design com práticas laborativas tal como as demais práticas profissionais, aliás, embora designers e artistas se batam contra outras práticas profissionais, defendo para si uma “superioridade” ou uma hierarquia entre os ofícios liberais, exatamente pelo fato de serem mais criativos. Tenho sustentado que todas as práticas laborativas são igualmente criativas, mas que sob o modo de produção capitalista são pervertidas e tanto artistas como designers devem se subsumir aos seus comanditários. 
Alberto Cipiniuk é licenciado em História da Arte pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, mestre em Filosofia (Estética) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutorado em Filosofia e Letras pela Université Libre de Bruxelles. Foi Visiting Researcher na National Gallery of Art, Washignton DF/USA eVisiting Professor na Université Paul Valéry, Montpellier. Professor aposentado do Departamento de Teoria e História da Arte da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e atualmente Professor Associado do Departamento de Artes e Design da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.